Parar completamente a hifenização

Pode parecer uma coisa estranha de se querer fazer (afinal, uma das grandes virtudes anunciadas do TeX é a qualidade de sua hifenização), mas às vezes se faz necessário. O problema é que a qualidade da saída do TeX é amplamente dependente da presença de hifenização; se você quiser abandonar a hifenização, alguma coisa tem que ficar para trás.

O TeX (de forma levemente confusa) oferece quatro mecanismos possíveis para suprimir a hifenização (havia apenas dois antes das extensões que chegaram com o TeX versão 3).

Primeiro, pode-se definir as penalidades de hifenização, \hyphenpenalty e \exhyphenpenalty , para um valor ‘infinito’ (isto é, 10000). Isso significa que todas as hifenizações vão penalizar as linhas que as conteriam o suficiente para que nenhuma hifenização ocorra. A desvantagem deste método é que o TeX vai reavaliar todo parágrafo para o qual a hifenização poderia ajudar, o que fará com que o TeX fique mais lento.

Segundo, pode-se selecionar um idioma para o qual não existam padrões de hifenização. Algumas distribuições criam um idioma nohyphenation, e o pacote hyphenat usa essa técnica em seu comando \nohyphens , que define seu argumento sem qualquer hifenização. Você pode carregar o hyphenat com o comando

\usepackage[none]{hyphenat}
para evitar qualquer hifenização em um documento de um único idioma. A técnica não funciona em um documento no qual o babel controle a seleção de idioma, pois o babel incorpora a mudança de hifenização em seus recursos de mudança de idioma.

Terceiro, pode-se atribuir a \left- e/ou \righthyphenmin um valor suficientemente grande para que nenhuma hifenização possa acontecer, uma vez que o mínimo será maior que a palavra mais longa que o TeX está disposto a hifenizar (o valor apropriado é 62). Quarto, pode-se suprimir a hifenização para todo o texto na fonte “em uso” pelo comando

\hyphenchar\font=-1
Esta não é uma maneira particularmente prática para os usuários suprimirem a hifenização — o comando tem que ser emitido para cada fonte usada no documento — mas é assim que o próprio LaTeX suprime a hifenização em tt e outras fontes de largura fixa. Qual das técnicas você deve usar depende do que você realmente quer fazer. Se o texto cuja hifenização deve ser suprimida se estenda por menos de um parágrafo, sua única opção será o idioma "no-hyphens": o valor do idioma é preservado junto com o texto (da mesma maneira que a fonte "em uso"); os valores para penalidades e mínimos de hifenização ativos no final de um parágrafo são usados quando a hifenização é calculada.

Ao contrário, se você estiver escrevendo um documento multilíngue usando o pacote babel, você não suprimir a hifenização do documento todo usando o idioma “no-hyphens” ou os mínimos de hifenização: todos esses valores são alterados numa mudança de idioma no babel : use as penalidades, então.

Se você simplesmente desativar a hifenização para um bom trecho de texto, a saída terá uma borda irregular (com muitas linhas superlotadas), e quando o (La)TeX rodar, você será bombardeado com alertas sobre “overfull boxes” e “underfull boxes” (ou seja, linhas). Para evitar isso, você tem duas opções.

O caminho mais simples é usar \sloppy (ou uma versão dele na forma de ambiente sloppypar), e fazer com que o TeX espalha o que, de outra forma, seriam linhas pouco cheias, para preencher o espaço oferecido, ao mesmo tempo em que quebra prematuramente as linhas muito cheias e espalha o resultado. A melhor aposta é definir o texto como ragged right, (alinhado à direita), e pelo menos se livrar das linhas muito cheias; essa técnica é ‘tradicional’ (no sentido de que os datilógrafos sempre a fizeram) e é de se esperar que ela recorra aos especificadores de layouts de documentos excêntricos (como os de dissertações), mas, por uma vez, sua sensação estará de acordo com estilo tipográfico. (Ou, pelo menos, estilo forçado dessa maneira curiosa.)

hyphenat.sty
hyphenat

This answer last edited: 2013-09-20


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